segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Primeira Graduacao da UniLurio


Queridos Graduados:

 

Após anos de muito esforço, hoje estão a receber os vossos títulos de profissionais -  grande sonho tornado realidade! Este é um momento ímpar nas vossas preciosas vidas, pois, é o fim de uma etapa e  início duma outra, tão desejada e tão aguardada por vocês,  vossas famílias, amigos e a pátria inteira.

Muito esforço foi empreendido, muitos recursos foram mobilizados, muito amor  vos foi nutrido, pelo Governo, autoridades do Estado, corpo directivo e funcionários da Universidade Lúrio, para que vocês, efectivamente, conduzissem com sucesso o processo que ora termina, nesta que é a primeira colheita dos frutos semeados há 5 anos.

Nós os professores que tivemos a oportunidade de compartilhar com todos vocês os duros momentos do início deste projecto, sentimos imensa satisfação e orgullo, do tempo e dos momentos que juntos vivemos; temos a certeza que vocês saberão fazer as melhores coisas para colocar nas alturas o nome da vossa UniLúrio e vão trabalhar incansavelmente na luta contra a pobreza e pelo desenvolvimento  de Moçambique, de África e do mundo.

Razões alheias às nossas vondades impedem a nossa assistência às ceremónias de graduação, mas saibam que sempre estaremos juntos e vos desejamos muitas felicidades e sucessos.

 
Grande abraço a todos!


Dr. José Ramón Pons Rodríguez

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
 
Professor Jorge Ferrao!!
Magnifico Reitor
Quero transmitir os mais sentidos parabens nao so por Aniversario da faculdade de medicina, tambem pela primeira graduacao da universidade. Nos que trabalhamos como uma equipa e partilhamos nao so o saber, sino amizade.Quero associo-me a todos os que consigo celebram esta grande fiesta e dia especial e desejar-lhe um feliz dia e maiores felicidades tambem a todas as turmas de estudantes de medicina e dentaria que estam a graduarse. Tambem saudacoes ao primeira turma de Optomeria que comecamos a trabalhar e que deben estar avanzados. Eu trabalhado em outras universidades y paises como Guyana inglesa, Gambia e Mexico pero ninhuna como Mozambique e partucularmente Nampula e sua gente. Sempre lembro ese tempo que partilhamos con todos voces, penso que de alguma forma voltaremos a vernos. Favor dar saludacoes e parabens a meus estudantes, tenho fotos de muitos de elos junto conmigo nos ultimos dias que estuve la.
Forte abraco para Voce e sua familia e a todos, parabens!!
 
Prof. Ramon

terça-feira, 27 de março de 2012

Mensagem aos membros da Comunidade Académica da UniLúrio por ocasião da Abertura do Ano Académico 2012

Caros discentes,
Ilustres docentes,
Estimados funcionários,
Prezados parceiros,
Colegas, Senhoras e Senhores,

No limiar de mais um ano, o quinto da existência da Universidade Lúrio, gostaria de saudar, de forma efusiva e especial, todos os membros da comunidade académica, os nossos agregados familiares, parceiros de cooperação e os membros da Associação das Universidades de Língua Portuguesa. Renovamos, por conseguinte, os votos de um ano académico de total integridade, cooperação, solidariedade e empenho. Passam-se cinco anos de desafios e certezas, experimentos, edificação e criação de infra-estruturas, criação de programas inovadores, redes e bibliotecas, enfim, geração de ideias e sonhos.

Iniciamos 2012 com um efectivo programa de mobilidade académica. Com efeito, recebemos estudantes, ainda no período de férias, das Universidades de Ehindoven da Holanda, da União Rondoniense dos Académicos de Medicina, Brasil, da Universidade de “La Sapienza” de Roma, e ainda da de Copenhagen, da Dinamarca.
 
Naturalmente, é prenúncio de um ano que promete profícua cooperação. Recebemos dois estudantes da Tanzânia para o curso de Farmácia e duas estudantes provenientes do Japão que desenvolvem seus trabalhos académicos na FCA, em Niassa. Receberemos dez estudantes de São Tomé e Príncipe, numa experiência que terá de ser replicada neste processo de internacionalização da UniLúrio. Faremos estágios em diferentes instituições a nível nacional e internacional e temos agendado um intercâmbio com a Unicamp no Brasil.

Indubitavelmente, este ano académico se revela de extrema importância para afirmação, consolidação e internacionalização da UNILÚRIO.

Os últimos cinco anos têm sido anos de intenso trabalho, frutífera cooperação, profícua parceria, que engrandeceram a identidade desta estrutura. Almejamos continuar um crescimento planificado, rigoroso e, sobretudo, assente na sociedade, suas necessidades e conhecimento empírico. Com o empenho de todos, dentro e fora do país, trilharemos pelo caminho do rigor científico, das soluções inovadoras e alicerçadas em metodologias ajustadas.

Caríssimos,

O quinto aniversário coincidirá com a primeira cerimónia de graduação de jovens profissionais aqui formados. Serão, por conseguinte, graduados dentistas e farmacêuticos. Analogamente, graduaremos engenheiros informáticos e biólogos. Todos eles serão pioneiros a serem formados nesta região. Todavia, o facto, por si só, não constitui motivo suficiente de orgulho, de modo que possamos embandeirá-lo em arco, posto que a sociedade e o sector produtivo deverão julgar a qualidade deste trabalho que tem sido desenvolvido e se consolida. Mas, seria de todo, motivo de empenho continuar a semear, pois percebemos que ainda temos muito que trilhar para chegar à condição óptima que o nosso país almeja e que nós nos comprometemos a assegurar com o nosso singelo contributo. 

Torna-se, para nós, importante referir que alguns dos estudantes de Engenharia Informatica tenham sido já contractados por empresas de reconhecido mérito. Em breve, os agrários e florestais de Wanaangu seguirão pelo mesmo caminho, integrados em projectos do Pro-savana. Para o sector de saúde, deverão seguir os dentistas, farmacêuticos e optometristas. A meta passa pelos 100% de empregabilidade a favor dos formados pela UniLúrio. Isso nos dá alento.

Este ano retomaremos o processo de avaliação curricular dos cursos de ciências de saúde. Este processo será composto por uma autoavaliação e, posteriormente, por uma avaliação externa. Só devidamente avaliados, poderemos determinar os passos subsequentes que a nossa universidade deverá seguir. Estamos, analogamente, com as condições criadas para iniciar um processo de avaliação interno, pelas instituições que tutelam o ensino superior no país.

Caríssimos,

O ano 2012 será consagrado à consolidação e estabelecimento dos Gabinetes de Aconselhamento Psicológico e Orientação Pedagógica. Os órgãos colegiais da UniLúrio estão cientes de que as instituições de Ensino Superior, no país, ainda representam espaços de complexa adaptação. Os estudantes recém-integrados, grosso modo, se confrontam com dificuldades típicas de um subsistema hostil e pouco familiar. Ultrapassar esta barreira não está ao seu alcance. A universidade precisa de se envolver. Afinal, universidade não é sinónimo de décima segunda classe mais de um ou dois anos.

As universidades mais estabelecidas no mundo possuem Gabinetes de Atendimento estruturados e eficientes. Deste modo, retomaremos a experiência do Gabinete de Atendimento que funciona em Nampula, na FCS, criado pelo projecto Edulink - A Name for Health - que teve o apoio imprescindível das Universidades do Porto, Eduardo Mondlane e Agostinho Neto, de Angola. Portanto, criaremos novos Gabinetes de Atendimento nos Campus de Wanaangu e Pemba. A expectativa consiste em que estes funcionem com psicólogos e assistentes sociais que respaldarão o apoio aos estudantes e docentes na resolução de vários problemas que dificultam o seu aproveitamento, integracão e adaptação às metodologias de ensino e disciplina universitárias.

O programa UniLúrio nas Escolas, importante iniciativa que leva os estudantes e docentes universitários às escolas secundárias, vai prosseguir e reforçar-se. Assim, este ano, será criado o Dia Aberto. Em termos genéricos, Dia Aberto significa que os estudantes finalistas das escolas secundárias de Nampula, Lichinga, Sanga e Pemba terão acesso, uma vez por semestre, aos espaços funcionais da UniLúrio. O Dia Aberto criará um espaço de convívio entre os alunos finalistas do subsistema secundário e os universitários, para um aprofundamento do conhecimento sobre o sistema universitário, os cursos existentes e, ainda, a fim de providenciar uma pré-orientação para o ensino superior.

Pretendemos iniciar a migração para o novo Campus de Wanaangu, distrito de Sanga, no poderoso Niassa. Se, sob uma perspectiva académica e científica este espaço propicia condições ideais para formação, por outro, o espaço de 250 hectares servirá para que a FCA aumente o seu contacto com a comunidade, realize várias experiências de solos e produtos agro-florestais e inicie, igualmente, um processo produtivo orientado para o mercado. Todos os discentes ficarão alojados nas facilidades construídas.

Wanaangu só poderá seguir em frente se os principais parceiros se juntarem à iniciativa. Necessitaremos de padarias, bancos, livrarias, restaurantes, centros de saúde e de segurança pública, transportes, infra-estruturas e serviços básicos para o seu normal funcionamento. A sociedade é, pois, chamada a colaborar e participar na estruturação destes espaços. Perspectivamos que Wanaangu seja a mais sólida parceria com as comunidades locais e o maior laboratório agrário do norte de Moçambique.

A Unilúrio presidirá à conferência anual da Associação das Universidades de Língua Portuguesa, que terá lugar na cidade de Maputo. Será uma jornada para discutir o Ensino Superior na CPLP, a cooperação e internacionalização universitária, e a mobilidade no espaço PALOP. Celebraremos, nessa ocasião, os 50 anos de ensino superior em Moçambique.

 Bem-haja, e um ano muito próspero para todos!

domingo, 3 de julho de 2011

Mensagem da Reitoria por ocasião do “Quarto aniversário da Universidade Lúrio”

Caríssimo Docentes, Discentes, membros do Corpo Técnico e Administrativo,

Caros colaboradores e parceiros,

Celebramos a 28 de Junho de 2011 o quarto aniversário da Universidade Lúrio. Têm sido anos de implantação, estruturação, desenvolvimento curricular e, fundamentalmente, de inserção no mundo académico nacional e internacional. Por conseguinte, têm sido anos profícuos, porém plenos de desafios e responsabilidade. Anos que aproximaram o ensino superior moçambicano da sociedade, muito particularmente, das comunidades mais carentes. Muitos dos agregados familiares das províncias de Nampula, Niassa e Cabo Delgado conhecem bem o significado desta proximidade e desta forma de estar do ensino superior.

O lema para o quarto aniversário é rigor e excelência. No ano passado, celebramos sob o lema trabalho e determinação. Assim, mantemos presente que só existe um e único caminho; formar e educar a todos com o mesmo amor, estima e compromisso. Revisitamos a missão e visão e reavaliamos todos os compromissos que foram determinados pelo Plano Estratégico da Universidade. Pretendemos pois, de forma afincada, pautar pelao rigor e pela excelência. .

Por isso inovamos. Em 2011, ano do quarto aniversário, colocamos o desafio aos discentes e docentes para apresentarem, pelo menos, um trabalho de pesquisa por semestre e durante todo o período de formação. Sabemos que existirão muitas dificuldades, faltará supervisão, bibliografia e outros recursos. Porém, este é o caminho para colmatar os actuais défices de formação e para assegurar que o ensino superior seja alicerçado também em pesquisa e extensão. Só produzindo, garantiremos uma base sustentável para futuros eixos temáticos de pesquisa.. Pretendemos que eles sejam relevantes e que estejam disponíveis para consulta interna e externa. Valorizaremos assim, as jornadas científicas e o programa Um Estudante, Uma Família, que entra igualmente no seu quarto ano, consolidado e com resultados que superaram as expectativas.

Desde que a UniLúrio foi estabelecida, foram concomitantemente criados os diferentes órgãos colegiais. Portanto, existiu sempre uma preocupação em democratizar a universidade e assegurar a massiva participação de todos no processo. O período de vigência dos órgãos varia entre os dois e os três anos. Em 2011 tivemos sessões com a maioria dos órgãos renovados e revitalizados, incluindo o Conselho Universitário e Académico. Por via de eleição, foi assegurada maior representatividade, maior conhecimento e, sobretudo, mais transparência. Estes órgãos regulam e criam todos os instrumentos legais para as várias áreas de acção e conhecimento.

Como parte do plano estratégico e de desenvolvimento de infra-estruturas, foi desenhado um projecto quinquenal. Iniciamos a construção dos campus em Pemba, Nampula e Sanga. Ainda este ano, iniciamos a ocupação efectiva dos Campus de Marrere, em Nampula e de Chuíba, em Pemba. O Campus de Sanga só ficará concluído no segundo semestre de 2011. A conclusão desta primeira fase - que consistiu na edificação de infra-estruturas lectivas, administração, espaços residenciais para estudantes e funcionários e ainda espaços de lazer - não ficou totalmente finalizada na sequência das restrições financeiras impostas à Universidade. Deste modo, os planos foram preteridos e deverão ser retomados um dia. Portanto, ficaram de lado as clínicas, os laboratórios, as bibliotecas, os centros de informática, as residências para os docentes e os parques desportivos. Nada poderia prever que nestes dois anos, depois do início do desenvolvimento das infra-estruturas, fossemos obrigados a, praticamente, alterar todos os planos, com as consequências daí resultantes. Ainda assim, estamos conscientes de que o país inteiro passa por momentos delicados e aprendemos a sofrer com todos os cidadãos.

Acresce ainda que, devido às restrições financeiras, vimo-nos forçados a revisitar os planos de bolsas, de acomodação e alimentação dos estudantes. Como parte das medidas, foi introduzido um plano de assistência social que prevê que o estudante receba a bolsa e não se beneficie de nenhum apoio adicional como alimentação, por parte da instituição. Este facto é confrangedor, porquanto sempre tivemos o cuidado de alimentar uma percentagem elevada de discentes. Torna-se relevante realçar que desde que as bolsas de mérito foram introduzidas, uma percentagem significativa passou a beneficiar-se delas. Deste modo, não só melhoraram os resultados académicos, mas também o desempenho dos bolsistas noutras habilidades, como as culturais e desportivas.

Entendemos, portanto, que as nossas universidades e muitas delas em todo o mundo, passam por momentos especiais e difíceis. A crise financeira é global. Em Moçambique, esta crise possui outros contornos. A limitação de recursos tem persuadido os governos à assunção de novas medidas administrativas. Sabemos que as políticas de contenção não podem hipotecar o futuro. Por outro lado, entendemos também que é tempo de ensaiar, na prática, novos modelos mais ajustados às realidades e à contemporaneidade.

Neste aniversário retomamos a questão da graduação. Com efeito, em 2012 teremos a primeira cerimónia de graduação da UniLúrio. Serão graduados farmacêuticos, nutricionistas, biólogos e engenheiros informáticos. Mas, se a graduação é uma meta importante e significativa para os discentes e futuros profissionais, para os docentes e corpo técnico administrativo será um primeiro indicador do que tem sido desenvolvido, quer sob a perspectiva curricular, como de avaliação da Universidade junto das comunidades. Mais do que pensar na graduação, teríamos de repensar na pós-graduação. Por conseguinte, envidamos todos os esforços para iniciar um curso de Mestrado em Nutrição e em Saúde Pública/Epidemiologia. Requalificando os actuais profissionais abriremos espaço para que o seu desempenho melhore e que, fundamentalmente, esta região se capacite para manter uma parte considerável dos quadros que forma.

Como anteriormente tivemos a oportunidade de mencionar, a graduação será um momento significativo para a universidade, para os familiares, contribuintes e parceiros da UniLúrio. Afinal era possível formar e educar, mesmo diante dos constrangimentos que foram observados. Ao mesmo tempo que os jovens pioneiros sairão graduados, graduar-nos-emos, nós mesmo, como docentes, gestores e educadores.

Neste quarto aniversário, atingimos a cifra dos 1000 estudantes. Um número previsto no plano, que não deixa, todavia, de ser demasiado pesado, não obstante esteja ao alcance dos recursos técnicos e humanos disponíveis. Certamente, os 13 laboratórios montados, com particular destaque para os de Optometria, que se tornarão os mais bem apetrechados do país, deixam-nos com a responsabilidade não só de graduar, como também de repensar nas estratégias de atendimento familiar e no apoio que precisaremos de prestar aos restantes sub-sectores de ensino. Não contam os números, mas o que cada um dos estudantes transporta para a instituição e para o sistema de ensino. Nestas cifras, obviamente, contamos com diferentes nacionalidades, incluindo estudantes do Ruanda, Burundi, Congo e USA. Da mesma forma, temos agora docentes de, pelo menos dez nacionalidades diferentes que, com o seu saber e experiência, universalizam os nossos horizontes.

No quarto aniversário iniciamos um curso superior de Enfermagem. Cerca de 40 futuros enfermeiros superiores corporizam esta formação. A UniLúrio reconhece a importância da formação superior em Enfermagem. Por conseguinte, o curso é feito em parceria com o Ministério da Saúde, o ISCISA, o Hospital Central de Nampula e a Direcção Provincial de Saúde. De salientar que, do total de 1900 candidatos para as vagas do ano 2011, pelo menos 300 escolheram Enfermagem.

Neste quarto aniversário, recordamos do mesmo modo todo um percurso. Temos tido um excepcional desempenho cultural, confirmado através do Festival “Nsope é Saúde”, que em 2011 entrará para a sua segunda edição. Dockanema não é mais um sonho, mas um programa consolidado que saiu, em definitivo, de Nampula para a Ilha e que chega a Pemba. Hortêncio Langa nos brindou com o seu talento na celebração do seu sexagésimo aniversário. Aliás, antes, já o Mestre Warrila, maior trovador da província, o havia feito.

Ao nível desportivo, continuamos com a participação em diferentes modalidades, com destaque para o Atletismo e Ténis. No Ténis, o realce vai para a estudante Palmira, vice-campeã nacional de 2010. Oxalá ela represente condignamente Moçambique nos Jogos Africanos que se avizinham.

Ainda, como parte das suas diversificadas realizações, a Universidade se tornou membro da Academia Cisco e Microsoft, pelo que ainda este ano, em 2011, com o apoio dos parceiros, estaremos ligados por fibra óptica. A fibra óptica irá revolucionar os serviços e o desempenho do Projecto UniLúrio Digital, um dos mais ambiciosos da instituição. Mais do que melhorar a performance da universidade, prevê reduzir, a breve trecho, suas despesas com todo o sistema de comunicações e telecomunicações para dentro e fora do país. Caso se confirmem os restantes apoios, poderemos ter ainda este ano o sistema de vídeo-conferência a funcionar.

Ainda no campo digital, a UniLúrio deverá ser a primeira universidade a receber uma antena da Movitel no Campus do Marrere, em Nampula, que permitirá que os estudantes naveguem na Internet, num sistema sem fios e de forma gratuita. Este é um compromisso desta operadora de telefonia móvel, que não coloca em questão as anteriores parcerias que a universidade estabeleceu, com principal destaque para a mCel, Moçambique Celular, que tem sido uma das maiores dinamizadoras dos projectos culturais e desportivos da UniLúrio.

Existe todo um longo e vasto percurso para recordar. Mas, queremos concentrar-nos no fundamental. Nesta fase, depois de a universidade ter sido galardoada pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Oceanário de Lisboa através do projecto conjunto com a Universidade de Aveiro “Conhecer para Preservar a Biodiversidade Marinha de Pemba - Ordenação Sócio-ambiental para a Sustentabilidade”, a UniLúrio assume a presidência da Associação das Universidades de Língua Portuguesa. Tamanha responsabilidade para uma jovem universidade é grandiosa mas a confiança de que poderemos desempenhar e coordenar esta associação, sugerindo novas formas de cooperação com recurso a um programa de mobilidade genuinamente lusófono e às novas tecnologias de comunicação, é dado adquirido.

Quando estivermos celebrando o 5º aniversário seremos uma nova instituição, com outros motivos para sorrir. Por enquanto, apenas teremos de nos concentrar em trabalhar. Muito pouco foi feito. Só demos o primeiro passo. A caminhada é longa. Como dizia Martin Luther King, quando não pudermos voar, teremos de correr. Quando correr for difícil, então teremos de andar. Se um dia não conseguirmos mais caminhar, então a solução será rastejar. Importante é nunca parar. (X)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Mensagem do Reitor por ocasião da abertura do ano académico de 2011

Caros Docentes e Discentes, membros do Corpo Técnico e Administrativo.

Aos recém-chegados e novos membros da família UniLúrio apresento as boas vindas. O mês de Fevereiro de 2011, coincide com a abertura formal do ano académico. Esta jovem universidade continua sendo um local de trabalho e determinação. Até agora tem existido um e único caminho; formar e educar a todos com o mesmo amor, estima e compromisso. Brevemente, completaremos o quarto aniversário da criação da universidade. Caminhamos, por conseguinte, a passos largos para a primeira cerimónia de graduação. Esta ocorrerá no segundo semestre do ano 2012. Mas se a graduação é uma meta importante e significativa para os discentes e futuros profissionais, para os docentes e corpo técnico administrativo será um primeiro indicar do que tem sido desenvolvido, quer sob a perspectiva curricular, como de avaliação da universidade junto das comunidades.

A graduação será, igualmente, um momento significativo para os vossos familiares, para os contribuintes e para todos os parceiros da UniLúrio que acreditaram que seria possível formar com os recursos disponíveis, com as facilidades propiciadas e com a vontade e querer de todos. A cerimónia de graduação confirmará que o objectivo primordial e único, desta universidade, continuará sendo o de propiciar todas as facilidades e condições possíveis que assegurem uma formação eficaz, condigna, adequada, integral e acima de tudo cidadã e patriótica aos discentes. Fazemos e continuaremos fazendo isto com o máximo de vigor, disciplina e determinação.

Iniciamos o ano galardoados pela Fundação Gulbenkian e do Oceanário de Lisboa. A UniLúrio e a Universidade de Aveiro, de Portugal, vêem assim coroado de sucesso o projecto “Conhecer para Preservar a Biodiversidade Marinha de Pemba - Ordenação Sócio-ambiental para a Sustentabilidade”, submetido a reputadíssima Gulbenkian. O projecto tem como objectivo intervir nas políticas de gestão ambiental, com acções concretas que conduzam à utilização sustentável do espaço costeiro e marinho de Pemba, Cabo Delgado, em Moçambique. O estudo promoverá, igualmente, a qualidade de vida da população que depende desta área, através de um programa intensivo de capacitação de recursos humanos locais, que inclui a compatibilização das actividades económicas com a exploração sustentável dos ecossistemas e biodiversidade marinha.

No ano de 2011, pela primeira vez, atingiremos um milhar de estudantes. Na verdade, teremos aproximadamente 1200 estudantes, distribuídos pelos pólos de Nampula, Pemba e Lichinga. Foram necessários quatro anos para alcançar esta cifra. As projecções que foram estabelecidas em 2007, quando o projecto arrancou, se mantêm estáveis e inalteradas. Continuaremos uma instituição de ensino superior em franco processo de desenvolvimento e, acima de tudo, que segue um ritmo e compasso ajustado as circunstâncias, a capacidade da infra-estrutura, da disponibilidade do corpo docente e capital humano e, finalmente, aos recursos financeiros disponíveis.

Este ano daremos início ao curso superior de Enfermagem. Cerca de 40 futuros enfermeiros encontrarão aqui a oportunidade de se formarem ou melhorarem, substancialmente, os seus conhecimentos. Reconhecemos, vivamente, a importância da formação superior em Enfermagem. Por conseguinte, em parceria com o Ministério da Saúde, do ISCISA, do Hospital Central de Nampula e da Direcção Provincial de Saúde, foi tomada a decisão, unânime, de formar enfermeiros habilitados para responder as exigências de um sistema de saúde mais competitivo e pragmático. Do total de 1900 candidatos para as vagas do ano 2011, pelo menos 300 escolheram Enfermagem.

Paralelamente aos cursos de Enfermagem foi estabelecido pelos Conselhos das Faculdades que todos os estudantes da UniLúrio deverão apresentar 2 trabalhos de pesquisa anuais. Não se trata de uma iniciativa inovadora, antes pelo contrário, este é um pressuposto básico do ensino superior e que permitirá aprimorar aspectos metodológicos essenciais. Estes trabalhos que terão peso nas médias finais, vão persuadir a um esforço extra dos docentes. Por se tratar de trabalhos de pesquisa, pretendemos que eles sejam relevantes e que possam estar disponíveis para consulta interna e externa. Valorizaremos, assim, as jornadas científicas e o programa um estudante uma família, que entra, igualmente, no seu quarto ano, consolidado e com resultados que superaram as expectativas.

O ano 2011 marca o início da ocupação efectiva dos Campus da universidade que estão em processo de construção em Chuíba, Pemba, Marrere em Nampula e Sanga, no Niassa. Destes, apenas o Campus de Sanga só poderá usado no II semestre deste ano. A conclusão desta primeira fase que consiste no desenvolvimento de infra-estruturas lectivas, praças de alimentação, espaços residenciais para estudantes e funcionários e ainda espaços de lazer, só foi possível graças a contribuição e aos impostos dos cidadãos deste país.

Cada um dos edifícios da UniLúrio pertence a todos os contribuintes moçambicanos. Faltarão palavras para agradecer a vossa colaboração, mas fica desde já o compromisso de cuidarmos destes recursos e fazer deles uma referência no subsistema de ensino superior no país e na região. Será nestes edifícios, que continuaremos a batalha pela edificação de uma universidade totalmente dedicada a causa do bem estar da sociedade, da ciência e da formação exigente, rigorosa e relevante para o desenvolvimento do país.

Os Campus da UniLúrio estão longe de ser finalizados. O seu desenvolvimento é faseado e terá uma duração de cinco anos. Faltarão mais salas, mais laboratórios, recintos desportivos, mais residências e espaços verdes. Todavia, temos já as mínimas condições para funcionar com conforto, segurança e com a dignidade que o ensino superior assim o exige.

Paralelamente ao arranque do funcionamento dos Campus, teremos, pela primeira vez na nossa jovem universidade, um laboratório de Optometria que terá a capacidade de fabricar, reparar e formatar óculos de vista. Se a introdução de um curso de Optometria representou um tremendo desafio para a Universidade, agora estamos certos do quanto esta formação é vital para o bem-estar dos cidadãos e para o desenvolvimento do país. Na realidade, a saúde visual ainda não trilha os caminhos da massificação. Assim, conhecendo as dificuldades com a saúde visual em Moçambique e nos restantes países africanos lusófonos, o Conselho Universitário optou pela abertura do curso para estudantes de Angola, Cabo verde, Guiné Bissau, São Tome e Timor. Efectivamente, ainda não recebemos estudantes destes países, porém iniciamos todo um processo de consultas e de divulgação destas oportunidades.

Iniciamos o ano lectivo de 2011 com um leque de discentes de pelo menos 10 países diferentes. Assim, teremos a Itália apoiando na área de Arquitectura e Medicina, Cuba e Índia nos cursos de Ciências de Saúde, Engenharia Informática e Florestal, Portugal na área de Nutrição, Espanha e Colômbia em Optometria, Brasil na área de Medicina Dentária, Guiné Conacri, Zimbabwe e EUA nos restantes cursos. A experiência demonstrou a vitalidade deste capital humano que não só transmite sua experiência e visão, mas que acima de tudo prova que um mundo global comprometido é possível. Estes docentes têm auxiliado, de forma imensurável, na formação do corpo docente nacional.

Faço questão de recordar a comunidade académica da UniLúrio que coube a Universidade Lúrio a missão de expandir o ensino superior para resto do país. Esta tarefa tem sido realizada sob severas restrições financeiras e contenção. Não obstante, a universidade não se tem coibido de providenciar pacotes assistenciais substantivos aos estudantes, principalmente aos mais desfavorecidos. As residências universitárias acomodam mais de 30% do corpo estudantil e em Pemba e Lichinga temos, na prática, alimentado mais de 90% dos estudantes. A UniLúrio oferece, com o apoio de parceiros como os Estados Unidos, a empresa João Ferreira dos Santos e ainda a COSMAM, bolsas completas, reduzidas, bolsas de méritos, bolsas alimentação e transporte.

É significativo notar que desde que as bolsas de mérito foram introduzidas, uma percentagem significativa passou a beneficiar-se delas. Deste modo, melhoraram os resultados académicos, mas também, o desempenho dos bolsistas em outras habilidades tais como as culturais e desportivas.
Em 2011 continuaremos a oferecer estes benefícios sociais. Estamos cientes das dificuldades pelas quais muitos dos nossos estudantes passam.

Reconhecemos, igualmente, que o rendimento académico depende, em grande medida da estabilidade psicológica, social e logística. Ainda assim, este ano, introduziremos um pacote assistencial com características diferenciadas. Aos estudantes que assim o desejarem receberão as respectivas bolsas, porém ficarão fora da alçada dos Serviços Sociais da universidade. Quer dizer, terão os valores correspondentes e serão livres de optarem por novos locais de alojamento e alimentação. A UniLúrio não estará, de forma nenhuma, se alheando ou distanciado das suas responsabilidades, porém, estará assumindo que os estudantes, igualmente, estão já em altura de gerir e administrar todos os recursos colocados a sua inteira disposição.

Queremos que os estudantes entendam que as universidades em todo o mundo estão passando por momentos especiais. A crise financeira global. Em Moçambique, esta crise possui contornos especiais. A limitação de recursos tem persuadido a novas medidas administrativas. Sabemos que as políticas de contenção não podem hipotecar o futuro. Por outro lado, entendemos, também, que é tempo de ensaiar, na prática, novos modelos mais ajustados as realidades e a contemporaneidade.

Na área desportiva e cultural 2011 será um ano, igualmente, importante para consolidarmos as modalidades de atletismo e ténis que muito nos prestigiaram em 2010. A estudante de medicina Palmira foi a vice campeã nacional de ténis. A equipe de atletismo arrecadou diversos troféus a nível provincial e nacional. Pretendemos retomar o Festival Nstope é saúde em Nampula e verificar com os pólos outras iniciativas culturais que engrandeçam o mosaico cultural e que aproximem, sistematicamente, a UniLúrio, da sociedade civil.

Todos os funcionários da UniLúrio serão convidados a participar, em 2011, na elaboração do hino da universidade. O concurso estará aberto, nos próximos dias, e as vossas contribuições serão fundamentais. A Tuna académica e os diversos grupos farão a divulgação do hino dentro e fora de portas.

Convidamos para a aula de sapiência os professores Doutores Oscar Monteiro e José Luís Cabaço. Académicos que responderam aos apelos da pátria no período da luta de libertação e que desempenharam cargos governamentais importantes. Os professores falarão para os discentes e docentes sobre o tema “ Diálogos de sonho e futuro”.

Por fim um obrigado muito especial aos nossos parceiros de cooperação, aos membros do Conselho Universitário e as universidades que hospedam futuros docentes da UniLúrio, em particular universidade do Porto, Aveiro, Canoinhas e a Federal de Minas Gerais, no Brasil. Tem sido um prazer redobrado trabalhar com todos. Este o garante de que, a muito breve trecho, a UniLúrio disporá de capital humano dotado e preparado para a dura tarefa de formar e servir o país. (X)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mensagem do Reitor, por ocasião do encerramento do Ano Lectivo de 2010

Caros discentes,
Ilustres docentes,
Estimados funcionários,
Colegas,

Brevemente, encerraremos mais um ano lectivo. Um ano que se revestiu de tremendos desafios, de renovadas expectativas, de falhas e sucessos. Enfim, um ano, em conclusão, de ventos favoráveis.

Consolidamos o programa de desenvolvimento infra-estrutural em Nampula, Pemba e Sanga. Todas as energias foram direccionadas para a consolidação dos curricula e ainda, para o reforço da componente pedagógica, quer para os docentes como para os discentes. A UniLúrio continua alocando mais de 70% dos seus investimentos no desenvolvimento infraestrutural, como corolário das diversas obras que acontecem nos três campus. Com orgulho, poderemos assim afirmar, que estamos a usar nossas salas construídas de raiz. São um total de 26 novas salas em Marrere e Pemba. Igualmente, em 2010, dois importantes laboratórios de Medicina Dentária e Optometria começaram a ser usados.

Nos concentramos, igualmente, na dotação de sistemas de Registo Académico, Recursos Humanos e Finanças. Estas ferramentas digitais deixarão a UniLúrio mais fiel, eficaz e eficiente. Mas, ainda este ano, voltamos a apostar no envio de estudantes e docentes para formação no estrangeiro. Universidade do Porto e China foram os destinos. Em Junho deste ano completamos o 3º ( terceiro) aniversário. Sua Excelência o Senhor Primeiro Ministro muito nos honrou com a sua participação, numa cerimónia singela, porém, repleta de significado e simbolismo. Celebramos então três aniversários, convictos de que ainda precisamos de fazer tudo. Não existem ainda motivos para repousar, vacilar ou nos sentirmos intimidados.

É significativo que tenhamos recebido da sociedade civil, na cidade de Nampula, duas distinções consecutivas: Melhor Instituição de Ensino Superior – mesmo sabendo que estamos no começo. Estas referências servem de baliza para a determinação dos próximos rumos. Temos e teremos de trabalhar muito e arduamente. Teremos de nos entregar mais, de dialogar mais com a comunidade, com o mercado e com as instituições disponíveis. Teremos, enfim, de abrir as portas da universidade, para que toda a sociedade sinta esta casa e este projecto, como parte de cada um.    

Parte II

Ao longo do ano, uma vez mais recebemos diferentes visitas. O nosso Vice-Ministro da Educação foi o orador do ano. O Ministro da Ciência e Tecnologia também esteve presente no arranque do ano lectivo e criou as condições para que o Projecto STIFIMO fosse implementado. O escritor Mia Couto proferiu a aula inaugural em Lichinga e visitou as escolas secundárias de Sanga e de Lichinga. Com os nossos estudantes e os do Ensino Secundário ele abordou a leitura como uma ferramenta que os poderia libertar e fazer deles cidadãos e profissionais diferentes, mais cultos, mais conhecedores do mundo e mais cidadãos. Os EUA e o Japão, para além da Universidade do Porto, estiveram no nosso seio. Como fruto destas relações, enviamos alguns dos nossos estudantes e docentes, para a Universidade do Porto, onde devem concluir as suas Licenciaturas e Mestrados.

Pela primeira vez, desde que a universidade foi criada, concentramos um conjunto de docentes de, pelo menos, nove países distintos, nomeadamente, Brasil, Cuba, Colômbia, Espanha, EUA, Itália, Índia, Portugal e Zimbabwe – capital humano com reconhecida competência e que almeja os nossos objectivos e partilha as nossas dificuldades. São estes docentes que, aliados aos docentes nacionais, na grande maioria, nos têm ajudado a erguer esta universidade e a firmar o nosso nome no panorama nacional.

A internacionalização da Universidade foi complementada com a indicação da UniLúrio para o Comité Executivo da Associação das Universidades da África Austral. Assim, estaremos, num período de três anos, cuidando da cooperação e das parcerias com as restantes 59 universidades que integram esta região do sub-continente.

Igualmente, a nossa universidade hospedou, com o apoio de outras instituições do Ensino Superior da cidade, a XIII Reunião do Conselho de Reitores de Moçambique. Os vinte Reitores membros estiveram presentes e, num gesto inédito, reuniram, em colóquio, com mais de 500 estudantes de cinco instituições. De forma livre e directa, os Reitores responderam às várias questões colocadas pelos estudantes. Mais importante ainda, estes Reitores visitaram diversas turmas da Escola Secundária de Nampula onde tiveram a oportunidade de com eles dialogar e oferecer, pelo menos, um livro.

Parte III

O ano que agora termina foi fértil em actividades de extensão. Com efeito, os discentes iniciaram seus estágios pré-clinicos no Hospital Central de Nampula, nas Farmácias e outros locais. A cordialidade e simplicidade com que têm trabalhado com profissionais e o público fazem com que todos granjeiem muita simpatia e carinho por eles. Em cerca de 10 meses de período pré-clínico, recebemos diversas mensagens de encorajamento, de solidariedade e de admiração. Será preciso, pois, que esta humildade, este espírito de querer aprender mais e melhor, se mantenha, para que se alcancem resultados positivos, dos estágios.

A UniLúrio contabiliza agora cerca de 350 famílias. Agregados familiares que, como sempre me referi, são, igualmente, docentes e parceiros de primeira linha e hora da Universidade. Pensando nelas, a universidade organizou o Colóquio sobre a Cólera. Este evento contou com o apoio da OMS e do Ministério da Saúde, tendo congregado participantes e actores, directos e indirectos, de alguns distritos da província e de instituições com responsabilidades acrescidas na minimização dos efeitos da epidemia. Certamente a cólera ainda vai continuar, mas o colóquio teve o condão de identificar os principais vectores e recomendar medidas tendentes a reduzir os casos.

Ainda assim, fomos um pouco mais ousados e trouxemos a AMETRAMO para o interior do nosso edifício. Numa actividade organizada plenamente pelo Curso de Farmácia, a AMETRAMO veio saber o que é um laboratório, como se identificam os princípios activos das plantas, frutas e outras. Queremos diminuir o fosso entre a ciência e o conhecimento não científico. Quando mais de 70% da nossa população ainda recorre à medicina tradicional, nenhum de nós pode ficar alheio a esta realidade.

Os estudantes de Nutrição fizeram, do mesmo modo, sua semana de Nutrição trazendo as Senhoras do Posto Administrativo de Muatala, para o refeitório. Foi uma semana de verdadeiro aprendizado, de muita culinária e de aproveitamento de produtos e matérias que são desperdiçadas. Quem sabe, nunca mais deitaremos fora a casca de ovo – rica em cálcio – ou as sementes de abóbora com ferro.

A Feira de Saúde teve lugar nos distritos da Ilha de Moçambique e de Monapo. Foi uma feira com contornos educativos, com níveis de participação bem acima do esperado. Com mestria e zelo os discentes, sempre acompanhados pelos docentes, prestaram importantes ensinamentos sobre nutrição, cuidados de saúde primários, medicina dentária e aconselhamento sobre HIV. Os presentes, de forma lúdica, rentabilizaram o investimento. A colecta de sangue foi, de longe, bem superior àquela que se consegue obter em circunstâncias normais.

Merece destaque, no âmbito das diferentes realizações de que tenho feito menção, a Campanha de Saúde Oral, levada a cabo pela nossa Faculdade de Ciências de Saúde, muito particularmente, pela Coordenação do Curso de Medicina Dentária. Pelo menos 10 mil crianças de 7 escolas primárias da periferia de Nampula foram beneficiadas. Este foi o recorde de beneficiários que a universidade jamais atingiu, numa única campanha. Os meninos que beneficiaram desta campanha foram educados para cuidar de seus dentes, como nunca antes havia acontecido. Esta campanha pode continuar, agora com a administração de flúor.

Parte IV

O Festival N’Sope, Salto à Corda, trouxe de volta uma modalidade cultural que andava muito esquecida. O Festival veio para ficar e no próximo ano deverá acontecer, mais ou menos na mesma altura, com mais tempo de preparação e com maior envolvimento das escolas primárias e secundárias. No mesmo diapasão, a Semana sobre o Empreendedorismo foi uma oportunidade única para reunir as mulheres que na cidade usam todo o seu talento para propiciar à urbe o essencial. Faltam a estas mulheres oportunidades de crédito, faltam apoios institucionais e o papel da universidade é facilitar o contacto entre as diferentes instituições e os agentes económicos. De igual modo, esta actividade tem de continuar. O DOCKANEMA, uma vez mais, se fez presente na nossa cidade e nas comunidades.

No âmbito desportivo, o Atletismo continua sendo uma modalidade de mais valias. Este ano, os nossos discentes da FCS participaram no Nacional de Ténis, em masculinos e femininos. Nos pólos de Niassa e Pemba, as equipes de futebol de salão, encontraram terreno fértil para vencer e convencer.
Merece destaque o estudante de Pemba que se converteu no primeiro mergulhador da breve história da UniLúrio.

Existem outras e várias realizações, como sejam, as Feiras do Livro, os debates públicos, as obras editadas e muito mais. Todas estas manifestações culturais deixam antever a formação de profissionais que saberão honrar e valorizar a sua profissão, pessoas que se auto-estimam, que se preocupam com o próximo.

Parte V

Para o ano lectivo de 2011, a atenção continuará centrada na melhoria das condições para os estudantes do pré-clínico. Teremos de iniciar estágios para os cursos de Biologia, Engenharia Informática, Engenharia Florestal e Desenvolvimento Rural. As empresas que receberão os nossos estudantes começaram a ser identificadas e se mostraram muito disponíveis para com elas partilhar seus conhecimentos e aquilo que faz delas líderes, nas suas áreas de actuação.  

Mas, o ano 2011 será igualmente importante porque iniciaremos uma transição para as nossas instalações em todos os Campus: Marrere, Sanga e Pemba. Assim, poderemos concentrar-nos na criação de outra infra-estrutura que continua em falta. Teremos, pois, de pensar nas bibliotecas, no sistema de comunicação on-line com Banda Larga, permitindo uma ligação com todos os campus. Teremos de construir a nossa infra-estrutura desportiva para impulsionar modalidades como Ténis e Atletismo, onde temos já talentos de reconhecido valor. A parte cultural também terá de ser reforçada. Da mesma forma, vamos iniciar um curso superior de enfermagem, o primeiro do género, que será hospedado na nossa universidade. Com o apoio do Brasil participaremos, a partir de Agosto de 2010, numa formação de Mestrado para docentes dos 3 pólos. Aliás, o ano 2011 se reveste de particular importância. Em 2012 faremos os primeiros graduados. 

Durante 2011, pensaremos como organizar uma cerimónia condigna, com pequenas obras que cada um dos estudantes possa escrever e ilustrar, com as fases do curso, com as observações, com os momentos mais marcantes e com os docentes que melhor serviram durante a sua formação. Esta será uma parte do livro da vida de cada um dos nossos discentes.

Convidamos a Senhora Doutora Leonor Beleza, da Fundação Champalimaud, para abertura do Ano Lectivo de 2011. Ela visitará o Campus de Nampula, de Sanga, e ainda, de Pemba. Oportunidade única para os nossos estudantes dialogarem com a ex-Ministra da Saúde de Portugal e uma das mais respeitadas personalidades na área de saúde visual. A Fundação  Champalimaud procede à doação de cerca de 1 milhão de Euros, todos os anos, às instituições que mais se destacam no campo da prevenção e tratamento da cegueira.

Finalmente, 2011 será o ano de preparação para as nossas primeiras cerimónias de graduação.

O Reitor, 
Prof. Doutor Jorge Ferrão

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Compatriotas! Bem vindos à Unilúrio!

A Universidade Lúrio, carinhosamente baptizada como Unilúrio, é a mais jovem universidade pública do país. A segunda, depois da independência e a primeira, que se estabelece fora da cidade capital, Maputo.

A Unilúrio materializa o sonho e a insistência de professores, pesquisadores, políticos, parceiros de cooperação e sobretudo, os anseios de todas as comunidades que habitam a região norte de Moçambique, que sempre acreditaram que um dia as oportunidades de formação chegariam à sua região.

Lúrio é o nome de um Rio. Um rio que serpenteia pelas fronteiras das províncias de Cabo Delgado,Nampula e Niassa. Um rio que ao longo de séculos serviu de berço para inúmeras civilizações. Um rio que com o seu saber, vitalidade, magia e mitologia, alimentou o conhecimento, os prazeres e as vivências dos ribeirinhos. Um rio que divide e une. O Lúrio que dá sabor aos sonhos de milhões, que pinta de luz a concórdia, a amizade e a solidariedade. Um rio que empresta o seu nome a várias famílias, localidades, aviões, hotéis e agora universidades.

Nos últimos anos, o mundo questiona a universidade como nunca o tinha feito anteriormente. O debate endurece quando se analisam e avaliam custos, utilidade, qualidade e, inevitavelmente o uso de recursos públicos.

Não obstante, sobram pouquíssimas dúvidas em relação ao reconhecimento, relevância, sabedoria e, convenhamos, o mistério que as universidades carregam consigo. Na realidade o conhecimento é crucial para o desenvolvimento. Para transformarmos os nossos recursos em riqueza, elevar o padrão de vida dos moçambicanos, necessitamos, indiscutivelmente, de conhecimento. O conhecimento tem sido o factor fundamental na determinação do padrão de vida e na economia mundial. As economias mais avançadas baseiam todo o seu desenvolvimento no conhecimento tecnológico que geraram, ao longo de anos, inovações, tecnologia apropriada, enfim na massa crítica que gere e coordena esse conhecimento.

Li um dia algo que dizia que os pobres e os ricos são diferentes, não apenas porque têm menos capital, mas também e, fundamentalmente, porque têm menos conhecimento científico. O conhecimento poderia então, iluminar milhões de pessoas que vivem na escuridão do desconhecimento e da pobreza desnecessariamente.

O processo epistemológico pode ser importado ou gerado internamente. Criar conhecimento é caro. Muito caro! É tão caro que os países industrializados continuam a levar vantagens sobre os países em vias de desenvolvimento.

A Unilúrio iniciará as suas actividades com uma Faculdade de Ciências de Saúde. Queremos formar médicos, farmacêuticos, estomatologistas, para suprir as necessidades do país. Imagine-se que, na provincia de Nampula, existe um médico para cada 49.000 pessoas. Estes indicadores, as sinergias que pretendemos estabelecer, nortearam a nossa opção inicial.

Teremos um total de 140 estudantes, oriundos de todo o país. Os nossos critérios de admissão são universais e tomaram em conta, todas as experiências nacionais de outras instituições de ensino superior no país. Ainda assim, consideramos que o ensino secundário, devido a questões estrutarias e conjunturais, forma estudantes com deficiências. Para colmatar esta situação, a Unilúrio optou por iniciar o ano lectivo com cursos propodêuticos. Pretendemos elevar o nível de conhecimento dos estudantes, nivelar lacunas básicas e, fundamentalmente, ensinar o estudante a estudar, a consultar bibliografias, a consultar referências na Internet, a ganhar disciplina e rigor universitário. No final deste processo, os candidatos terão de provar para si próprios que estão em condições de avançar.

Uma marca que fará a diferença será o programa “um estudante, uma família”. Os nossos estudantes adoptarão um agregado familiar, desde o começo, para transmitir conhecimentos básicos de prevenção de patologias básicas. Este programa foi desenhado tendo em consideração que o tratamento de doenças simples, como por exemplo, diarreias, poderiam ser facilmente tratadas. Porém, milhares de crianças ainda padecem destes males. Mas, ao adoptarem as famílias, os estudantes criarão uma base de dados que nos permitirá reavaliar hábitos e sugerir políticas de saúde e nutrição mais adequados.

Vários parcerios estão connosco nesta caminhada. O governo da província de Nampula tem providenciado apoio de toda a natureza. O Rothschild Bank, os CFM, mCel, Kenmare, Skillshare Africa, USAID, KIT e NUFFIC (Holanda) e outros, acreditam num futuro diferente para os moçambicanos. Para todos eles, os nossos sinceros agradecimentos. Gostaríamos que outras instituições se juntassem a nós.

Estamos no processo de estabelecer cooperação científica e tecnológica com as universidades de Witswatersrand, Nairobi, Porto e Aveiro. Com eles trocaremos estudantes, professores e diversos materiais.

Temos uma profunda e imensa gratidão por Cuba, pelos professores cubanos e outros especialistas que ao longo dos anos trabalharão ao nosso lado. Com este apoio pretendemos fazer uma universidade melhor, mais competitiva e merecedora de reconhecimento internacional. Com os professores cubanos e todos os restantes docentes e discentes, montaremos as nossas clínicas universitárias que darão sustentabilidade ao empreendimento. Estas mesmas equipes, deverão, com regularidade, visitar famílias mais desfavorecidas e providenciar apoio e aconselhamento hospitalar e preventivo.

A nossa eterna estima e apreço, igualmente, para todos os que, de forma desinteressada, acreditaram e estiveram do nosso lado desde a hora zero. Ninguém cobrou um centavo, nem virou costas aos nossos apelos. Todos entenderam que este desafio representa muito mais que valores financeiros ou de outra natureza. Aos colegas da UEM, Medicina, Arquitectura, Registo Acadêmico, Reitoria, Comissão de Exames, Centro de Documentação e Informação, CIUM e a todos os outros, ficaremos eternamente gratos.

A Unilúrio aproveita igualmente agradecer ao seu “Board of Trustees”: Dra Graça Machel, Prof. Doutor Oscar Monteiro, Prof. Doutor Filipe José Couto, Dr. Aires Aly, Sr. Roger Agnelli, PCA da Vale do Rio Doce-Brasil, Dr. Mia Couto, General Raimundo Pachinuapua e Sra Teresa Heinze Kerry. Cabe a estas ilustres personalidades representar a UniLúrio, auxiliá-la na implementação da sua missão e visão. A este Conselho, cabe a responsabilidade de representação no país e no exterior. De todos vós esperamos apoio moral sempre que estejamos prestes a vacilar.

O nosso ano lectivo inicia no dia 09 de Julho 2007. As nossas celebrações começam no dia 18 de Junho em Nampula. Esperamos receber convidados de diferentes partes do mundo proferindo palestras e participando nas actividades culturais e recreativas.

Em meu nome, do corpo docente, administrativo e dos estudantes, endereço o nosso muito obrigado aos contribuintes.

Faremos tudo para honrar o vosso sacrifício e disponibilidade.

Obrigado ao Governo por acreditar em nós.

O Nosso lema será sempre “ Scientia, Cretum, Fides”.

Com o nosso maior apreço e estima,

Prof. Doutor Jorge Ferrão

Reitor